Monday, July 16, 2007

Crise existencial

Se se pensar bem neste tema, verão que as tão faladas e abordadas crises existênciais são um dos principais motores da economia mundial... comecemos a "desconstruir" esta teoria idiota pelo fim.

Que seria dos psicologos se não tivessemos crises existenciais? Seriam eles capazes de fazer outra coisa qualquer senão ouvir e analisar as nossas crises existenciais?

Teremos nós consciência de que se não fossem as nossas crises os psicologos estariam todos no desemprego? Ou seja, eu sou responsável pelo emprego de um psicologo neste país... logo estou a gerar riqueza pó... sacana do gajo que ganha uma fortuna por cada consulta de 60 minutos!!


A questão económica em si:

Para poder ir ao "sacana" desabafar as minhas horriveis crises existenciais, posso deslocar-me de formas diferentes:

A pé fazendo-me gastar as solas dos sapatos contribuindo para a consolidação da industria do calçado (o que é positivo...) mas provocando a emissão de gases nocivos para a atmosfera por via das suas fábricas (menos positivo...) fazendo ainda com que transpire bastante (aqui o problema, para além dos detergentes e água gasta na lavagem da roupa, são mesmo os gases nocivos que emano... tendencionalmente de um tom amarelo esverdeado e fumegante...) e perca liquidos obrigando-me a gastar dinheiro em "mines" para os voltar a repor (os pratos voltam a quilibrar-se...) e assim alimentar a industria da "jola"... e manter as suas fábricas poluentes que estão a dar cabo das taínhas que habitam o Tejo (mas por uma "jola" fresquinha até o mundo se sacrifica um bocadinho... e ninguém come taínhas...)...

Se for em carro próprio gasto combustivel e enriqueço as empresas petroliferas ao mesmo tempo que dou um contributo importante para o aquecimento global do planeta dado o volume de co2 que é libertado pela minha viatura (que, diga-se em abono da verdade, até é um bom carro...) e ainda duas facadas na minha crise existencial pelo sentimento de culpa que me assalta ao aperceber-me de tudo isto. Para além disso volto a gastar as solas dos sapatos no trajecto que tenho de fazer até chegar ao veículo... consequência?? transpiro... logo?? compro umas "mines"... depois as longas filas de trânsito e o ruído ensurdecedor dos motores a roncar que só é combatido e suavizado pela som da carica da "mine"a saltar... (se ao menos tivesse aqui um pires de tremoço...)...

"Ah e coiso..." dizem vocês, que é como quem diz "... e porque é que não vais de carris..?? Deves ter algum problema em andar de transportes públicos... deves ser fino...! deves...!" Ora bem, se for através de um transporte publico continuo a gastar as solas dos sapatos para ir até à paragem... (já se está mesmo a ver onde é que isto vai parar...) consequência?? transpiro... logo?? ..."mines"... depois compro um bilhete que, por acaso, é de papel fazendo-me dar mais uma trolitada na crise pelo sentimento de culpa provocado pela árvore que acabei de abater na amazónia... não deixo de contribuir para o aumento do buraco na camada de ozono devido aos gases emitidos pelo escape do autocarro construído em 1938 e que me transporta ao consultório da "besta"... deprimindo-me ainda mais... consequência?? transpiro... logo?? pimba! mais uma mine...

Reflexão:

A tentiva e a busca de auxilio para resolver as nossas crises existênciais podem provocar sentimentos de culpa, depressões e, mais grave, pode tornar-nos mine-ó-dependentes...

Conclusão?

Meus amigos: as crises existenciais podem prejudicar gravemente a saúde... principalmente a do MEU fígado.

A dúvida:

Alguns poderão perguntar ainda: "Então e o psicologo no meio disto tudo fica onde...?!" - Olhem o meu fica na Av. da Républica... e dá consultas todos os dias das 10h às 18h.

4 comments:

Unknown said...

Desiste do psicólogo e vai aos AA.

Anonymous said...

Boa temática, crise existencial (sem acento….) ….
Quem nunca passou por uma!?
A que se devem, afinal, as crises existenciais!?
Perda de algo/alguém? Perda de rumo? Encontro connosco próprios? Auto-descoberta?

Pois, pode ser tanta coisa…. Mas, talvez, a busca pelo que nos dá os ditos momentos de felicidade, seja a resposta mais acertada….

Às vezes procuramos, procuramos….como o fazemos? Bem….vivendo coisas novas, testando os nossos limites, privando com pessoas diferentes que nos permitem testar realidades até aí não vividas….continuamos a procurar…e eis que vivemos a ambivalência daquilo que sempre fomos e das sensações e emoções provocadas pela nova realidade…continuamos….provavelmente a achar que nos adaptaremos à nova forma de estar, ou que aqueles com quem privamos virão mais tarde, ou mais cedo, para o nosso mundo….e é com base nesta premissa que continuamos a procurar, até que…. Bem….o confronto entre as duas realidades torna-se cada vez mais eminente e desgastante….a crença de que o outro vem para o nosso mundo começa a esbater-se e a esbater-se, também, a nossa capacidade de inserção no mundo do outro….começamos, então, a perceber que estamos a deixar de ser nós mesmos, e que o caminho para os já mencionados momentos de felicidade está cada vez mais longe….esta consciência, sofrimento e tristeza, traduzidos nas tão conhecidas lágrimas são a terapia em si….digamos que, mais conhecida por auto-análise, que não nos faz gastar nem dinheiro, nem as solas dos sapatos, nem beber as “mines”……

E esta auto-análise/descoberta daquilo que somos, que queremos e que nos confere os, repito, tais momentos de felicidade, aumenta o nosso auto-conhecimento e a consciência daquilo que queremos… não, que queremos não, que, pelo menos, não queremos…. E, assim, começa um novo ciclo….

Anonymous said...

vai lá vai... anda tudo a dar na mine!! Imaginem se fosse na girafa...
o mundo já era quadrado, no minimo...

Felicidade!! está mesmo ao nosso lado é só procurá-la ( eu cá tenho uma em Valongo!!! )

la folie said...

que rebuascadíssimo.
manda lá vir uma mine.